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Mostra Movimento Armorial 50 Anos

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Salvador

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Museu de Arte da Bahia

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23 de Julho de 2024 até 20 de Outubro de 2024

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Início da exposição

Texto Institucional Petrobras

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Patrocinador oficial - Petrobras

Em busca da Cultura Brasileira

Em 1970, preocupado com a descaracterização da cultura brasileira, o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna reuniu em torno dele um grupo de artistas de várias áreas, numa ação que recebeu o nome de Movimento Armorial. O objetivo era ousado, bem ao estilo desafiador e provocante do mestre: fazer surgir uma arte erudita a partir das mais autênticas e tradicionais manifestações artístico-culturais populares do Nordeste e de outras regiões do país.

Essa busca pelas raízes brasileiras: ibéricas, indígenas e africanas, que caracterizou a atuação do Movimento Armorial, evidencia o pioneirismo de Ariano, que, há cinquenta anos discutia pautas hoje consideradas inovadoras, apresentadas de forma contundente, mas sempre divertida, permeada pelo espírito mágico do Cordel.

A exposição Armorial 50, já apresentada com enorme sucesso em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Campina Grande e Recife comemora esse universo eclético, múltiplo e fantástico do Movimento Armorial, conduzindo o visitante a uma experiência única. Uma mostra leve, colorida e reflexiva, que agora está de volta à sua terra de origem. Através do incentivo constante a projetos nas áreas de artes cênicas, música, audiovisual e múltiplas expressões, a Petrobras coloca em prática a sua crença de que a cultura é uma força transformadora e impulsionadora da sociedade. Poucas vezes, entretanto, um só projeto abarca todos esses campos, como é o caso do evento Armorial 50. Uma trilha cultural sem fronteiras, unindo o preto e branco das xilogravuras, o multicolorido das festas populares, as fabulosas histórias do Romanceiro do Nordeste, a sonoridade dos cantadores e as coreografias das danças.

Uma aula-espetáculo sobre o melhor de nosso país – o povo brasileiro!

Texto Curatorial - Denise Mattar

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O Movimento Armorial foi lançado por Ariano Suassuna em 1970, no Recife, com a proposta de produzir uma Arte Brasileira ligada às raízes de nossa cultura popular, mas erudita, e, por isso, universal. Mais do que propor diretrizes rígidas, o movimento buscava a convergência entre diferentes gêneros da arte, como Dança, Literatura, Pintura, Música e Teatro.

Suassuna propôs reunir essas manifestações usando como traço comum a ligação com o espírito mágico do Romanceiro Popular do Nordeste, expresso na literatura de Cordel, na música de viola, rabeca ou pífano, que acompanha seus cantares, na xilogravura que ilustra suas capas, e também nos espetáculos populares, como o Reisado, o Maracatu, a Cavalhada e tantos outros.

Dentro do espírito que norteou Suassuna, a proposta da exposição é reunir essas artes, apresentando às novas gerações o trabalho pioneiro e engajado do autor, mostrando como ele propunha uma volta às raízes brasileiras, com profundo respeito à diversidade, às tradições de negros, índios e brancos, mas apresentando tudo de forma mágica, lúdica, plena de humor – um humor que faz pensar. Uma lição de vida e de resultados positivos, resultados que devem ser mostrados para a sociedade improdutivamente polarizada na qual vivemos hoje.

Depois de ser apresentada com grande sucesso em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Campina Grande e Recife, a exposição Armorial 50 chega à mágica cidade de Salvador, no belíssimo Museu de Arte da Bahia, primeiro espaço museológico público do estado, que agora completa 106 anos.

É um momento de celebração, e essa é uma das matérias-primas do Armorial.

Boa visita!

Denise Mattar

Texto Consultor - Manuel Dantas Suassuna

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O escritor francês Albert Camus afirmou, em certa ocasião, que uma obra de homem nada mais é do que a tentativa de reencontrar, pelos desvios da arte, aquelas duas ou três imagens simples e grandes às quais o coração se abriu pela primeira vez.

Essas imagens, no meu caso, estão visceralmente ligadas ao Sertão e às manifestações artísticas populares do Nordeste, e foi com meu pai que aprendi a amar tudo isso. Ainda menino acompanhei, cheio de entusiasmo, os ensaios que o Quinteto Armorial realizava na sala de nossa casa e as orientações que meu pai dava aos músicos, muitas vezes recitando, com sua memória privilegiada, romances de cordel que Antonio Madureira depois aproveitava para as suas composições.

Aloisio Magalhães, Francisco Brennand e Gilvan Samico, amigos de meu pai de longa data, eram visitas frequentes, e sempre nos presenteavam com obras de arte de sua autoria, que eu contemplava nas paredes da nossa casa. Sem esquecer as obras de minha mãe, Zélia, que traziam a beleza da Zona da Mata, mais ligada ao gracioso, para dialogar com o grandioso do Sertão, apresentado por meu pai; ou as obras de José de Barros, que era meu parente e também foi um dos meus mestres.

Assim, quando o caminho da arte se impôs de modo irrecusável à minha vida, toda a poética do Movimento Armorial já se encontrava percutindo no meu sangue e na minha memória, associada ao abstracionismo de Aloisio e incorporada às minhas próprias ideias.

É por isso que eu costumo dizer que não sigo, propriamente, o Movimento Armorial, mas o carrego sempre comigo, seja para onde eu for, nessa procura meio inconsciente e obsessiva das imagens de um passado que ainda pulsa, dentro de mim, com a força do galope de um cavalo desgovernado.

Manuel Dantas Suassuna

Texto - Regina Godoy

Um convite ao Armorial

Estamos felizes por inaugurar esta nova fase da itinerância da Mostra em Salvador, homenageando os artistas que criaram o Movimento Armorial, especialmente Ariano Suassuna, no ano em que a R. Godoy comemora 20 anos dedicados à produção cultural.

Em 2020, em meio à pandemia, esta Mostra começou a se delinear. Convidei Denise Mattar para assinar a curadoria da exposição. O desafio de (re)criar os encontros artísticos do Movimento Armorial foi aceito. Agradeço à amiga e mestra pela parceria.

Manuel Dantas Suassuna possibilitou um acesso mais profundo ao universo mágico de Ariano, em conjunto com Carlos Newton Júnior e Ricardo Gouveia.

O Brasil se reúne para realizar esta Mostra: do Rio de Janeiro, Marcela Sá, Lado B e Anna Accioly; de São Paulo, Guilherme Isnard, Felipe Barros de Brito, Flávia Rossette, Celeste Bartoletti e Ana Lucas; de Florianópolis,eu e  Celso Rabetti; de Belo Horizonte, Edson Jr.; de Brasília, Nina Fragale; de Salvador, Arlon Souza, Ana Kalil e equipe. A cada um, agradeço pela vibração e entrega nesta construção coletiva.

Nesta construção, a parceria com a Petrobras traz a  energia para criar e recriar a Mostra  em variados formatos, ocupando importantes  espaços culturais pelo Brasil e  promovendo  novos diálogos entre  público e  artistas.

Salve Ariano Suassuna, nesta data e em todos os dias. Ele é presente. Nossas especiais homenagens aos 10 anos do seu “encantamento”.

Convido o público a participar desta imersão na alegria, nas cores, nos sons e homenagens  à cultura popular nordestina. Vamos celebrar os presentes que a vida nos traz a partir dos encontros.

A Onça Caetana

Agnaldo Pinho, Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim

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A Onça Caetana

O pai de Ariano Suassuna foi assassinado quando ele era ainda criança por questões políticas. A mãe foi perseguida e teve que mudar-se várias vezes, com os filhos. Esse acontecimento é um ponto fulcral da obra do escritor, por isso abre a mostra.

A Onça Caetana é um elemento do folclore nordestino, associado à morte. Ariano desenhou várias versões da caetana sendo esta a escolhida para ser realizada tridimensionalmente para a exposição. A peça foi confeccionada em Belo Horizonte pelos bonequeiros Agnaldo Pinho, Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim.

A Onça Caetana (Cerâmica)

Agnaldo Pinho,Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim a partir de desenho de Ariano Suassuna

No imaginário popular do Nordeste, a morte é conhecida por um nome feminino: Caetana. Segundo a lenda, essa entidade se apresenta de duas maneiras distintas: como a Moça e como a Onça. Na figura da Moça, Caetana chega suavemente, envolvendo-nos em seus braços delicados, enquanto seus cabelos caem sobre nós. É um gesto tão suave que mal percebemos quando somos levados. Entretanto, na visão de Suassuna, Caetana surge como a Onça, com dentes que dilaceram a vida e garras afiadas que nos esfolam. O mundo é seu vasto campo de ação, onde a Onça Caetana afia suas garras e a moça ensaia seus letais abraços.

Ariano desenhou várias versões da Onça Caetana e uma delas foi escolhida para ser realizada tridimensionalmente para a exposição. Não se trata de uma representação realista da onça, nem nos traços, nem na forma. A cabeça preta com a boca entre aberta, as duas presas brancas à mostra e as orelhas que remetem a pequenos chifres. O corpo roliço, de um amarelo vivo, com bolinhas marrons. As quatro patas com garras pretas e ligeiramente inclinadas para trás, como se ela estivesse pronta para dar o bote ou sair voando. E as duas assas pretas que saem das costas, um pouco atrás da cabeça, completam a imagem dessa figura mítica.

Quem deu volume e corporeidade ao desenho de Suassuna e confeccionou a peça, foram os bonequeiros Agnaldo Pinho, Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim, de Belo Horizonte.

A Acauhan - A Malhada da Onça (Iluminogravura em papel cartão) Ariano Suassuna 1982

Ariano Suassuna

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A Acauhan - A Malhada da Onça (Iluminogravura em papel cartão) Ariano Suassuna 1982

A Acauhan - A Malhada da Onça (Iluminogravura em papel cartão)

Ariano Suassuna

1982

Dimensões: 61 centímetros de altura por 44 centímetros de largura.

“Iluminogravura” é um neologismo criado por Suassuna, a partir da fusão das palavras iluminura e gravura. O termo serve para designar um objeto artístico ao mesmo tempo, antigo e atual, que alia as técnicas da iluminura medieval aos modernos processos da gravação em papel. A iluminura era realizada sobre os livros copiados à mão, que, além de ilustrados, eram também ornamentados com motivos florais ou geométricos, estendendo-se pelas margens do papel.

No caso da iluminogravura, Suassuna produzia, com nanquim preto sobre papel, uma matriz da ilustração e do texto manuscrito. Em seguida, fazia cópias desta matriz em uma gráfica, no moderno processo de offset. Esse processo de impressão utiliza cilindros para transferir tinta de uma chapa matriz para um rolo de impressão e, em seguida, para o papel. Cada cópia era, então, trabalhada manualmente, colorida a pincel com tintas guache, óleo e aquarela. Assim, mesmo não sendo totalmente manual, o processo também não se submetia de todo à reprodutibilidade, pois nenhuma iluminogravura é idêntica à outra.

A iluminogravura que temos aqui tem uma borda com intervalos curtos em preto e branco e dela saem protuberâncias arredondadas pretas. Na parte superior da imagem está um homem de cabelos pretos, bigode e expressão séria. Ele está montado em um cavalo e segura uma bandeira na mão esquerda. O sol brilha no céu, mas gotas de chuva caem sobre ele. O sol, as roupas do homem, a bandeira, as gotas de chuva e a sela do cavalo estão coloridos em diferentes tons de marrom e bege. Na parte inferior está o texto da obra e três desenhos de animais de cada lado, são pássaros e bodes.

O texto diz o seguinte: “A Acauhan – A Malhada da Onça. Com mote de Janice Jupiassu. Aqui morava um rei, quando eu menino, vestia ouro e castanho no gibão. Pedra da sorte sobre meu destino pulsava junto do meu, seu coração. Para mim, seu cantar era divino, quando, ao som da viola e do bordão, cantava com voz rouca o desatino, o sangue, o riso e as mortes do sertão. Mas mataram meu pai. Desde esse dia, eu me vi como um cego sem meu guia que se foi par ao sol, transfigurado. Sua efígie me queima. Eu sou a presa, ele, a brasa que impele o fogo, acessa. Espada de ouro em pasto ensanguentado.”

As iluminogravuras de Suassuna compõem dois álbuns produzidos na década de 1980, cada um contendo dez pranchas acondicionadas numa caixa de madeira: Dez Sonetos com Mote Alheio de 1980 e Sonetos de Albano Cervonegro de 1985.

Cada álbum é um livro semi-artesanal, com folhas soltas, e tiragem em torno de cinquenta exemplares. Após o lançamento dos álbuns, as iluminogravuras foram comercializadas separadamente, tornando bastante difícil sua reunião.

Cronologia Ariano Suassuna

João Suassuna e Rita de Cássia Dantas Villar, pais do escritor Ariano Suassuna, quando noivos. Paraíba, 13 de abril de 1913. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Casa da Fazenda Acauhan, localizada no município de Aparecida, Sertão da Paraíba, então propriedade de João Suassuna, onde o menino Ariano passou parte de sua primeira infância. Foto da década de 1920. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna com cerca de 1 ano de idade. Paraíba, 1928. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ao lado do seu irmão Lucas e do amigo Lourenço Barbosa (o grande compositor Capiba), Ariano Suassuna, aos 11 anos de idade, assiste a um dos jogos da final do campeonato pernambucano de futebol, disputada entre o Sport Clube do Recife e o Santa Cruz. Recife, 1938. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna e os seus companheiros do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP), na escadaria da Faculdade de Direito do Recife, em 1946. Da esquerda para a direita, veem-se, na primeira fila, José Laurenio de Melo, Joel Pontes, Hermilo Borba Filho e Ariano. Na segunda fila, Galba Pragana, José de Moraes Pinho, José Guimarães Sobrinho e Ivan Neves Pedrosa. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna no Ateliê de Francisco Brennand. Recife, década de 1950. Foto de João Suassuna Filho / Acervo da família Suassuna.
Casamento de Ariano Suassuna e Zélia de Andrade Lima. Recife, 19 de janeiro de 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
O casal Ariano e Zélia Suassuna (ao centro) com o elenco do Auto da Compadecida no palco do Teatro Dulcina, por ocasião da premiação da peça, com a medalha de ouro, no Primeiro Festival de Amadores Nacionais. Rio de Janeiro, 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano com Zélia Suassuna grávida do seu primeiro filho, Joaquim. Recife, 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna e Joaquim, seu filho mais velho. Recife, final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna no jardim da sua residência, no bairro de Casa Forte, no Recife. Final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna e Cacilda Becker no Aeroporto dos Guararapes, Recife, 1958. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna, na extremidade esquerda, com a sua mãe, D. Ritinha, e seus quatro irmãos homens: Saulo, João, Lucas e Marcos. Recife, final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna em traje de vaqueiro nordestino. Fazenda Malhada da Onça, Desterro, Paraíba, década de 1960. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna durante as filmagens da primeira versão cinematográfica de sua peça Auto da Compadecida. Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, 1968. Fotógrafo desconhecido /Acervo da família Suassuna.
O diretor George Jonas (ao centro) com o elenco do filme A Compadecida, primeira versão cinematográfica da peça Auto da Compadecida. Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, 1968. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna no início da década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna durante uma das apresentações do Quinteto Armorial. Recife, década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano e Zélia Suassuna na Pedra do Tendó, município de Teixeira, Paraíba, década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna na Universidade Federal de Pernambuco, durante a defesa de sua tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a Cultura Brasileira. Recife, 30 de dezembro de 1976. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna em Teixeira, Paraíba, 1978. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna em sua residência. Recife, 1987. Foto de Chantal Regnault /Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna prestigia lançamento de livro do seu grande amigo João Cabral de Melo Neto, na Academia Pernambucana de Letras. Recife, década de 1980. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna e Barbosa Lima Sobrinho, durante a cerimônia de posse de Ariano na Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna recebe, das mãos de Rachel de Queiroz, o colar de acadêmico, durante sua posse na Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Diante do então presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, Ariano Suassuna assina o termo de posse da cadeira de n° 32. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna e Paulo Freire. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna em uma de suas aulas-espetáculo. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna com Francisco Brennand e Cícero Dias. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna na sala de sua residência. Recife, final da década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

Legendas das fotos: Carlos Newton Júnior

01

João Suassuna e Rita de Cássia Dantas Villar, pais do escritor Ariano Suassuna, quando noivos. Paraíba, 13 de abril de 1913. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

02

Casa da Fazenda Acauhan, localizada no município de Aparecida, Sertão da Paraíba, então propriedade de João Suassuna, onde o menino Ariano passou parte de sua primeira infância. Foto da década de 1920. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

03

Ariano Suassuna com cerca de 1 ano de idade. Paraíba, 1928. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

04

Ao lado do seu irmão Lucas e do amigo Lourenço Barbosa (o grande compositor Capiba), Ariano Suassuna, aos 11 anos de idade, assiste a um dos jogos da final do campeonato pernambucano de futebol, disputada entre o Sport Clube do Recife e o Santa Cruz. Recife, 1938. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

05

Ariano Suassuna e os seus companheiros do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP), na escadaria da Faculdade de Direito do Recife, em 1946. Da esquerda para a direita, veem-se, na primeira fila, José Laurenio de Melo, Joel Pontes, Hermilo Borba Filho e Ariano. Na segunda fila, Galba Pragana, José de Moraes Pinho, José Guimarães Sobrinho e Ivan Neves Pedrosa. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

06

Ariano Suassuna no Ateliê de Francisco Brennand. Recife, década de 1950. Foto de João Suassuna Filho / Acervo da família Suassuna.

07

Casamento de Ariano Suassuna e Zélia de Andrade Lima. Recife, 19 de janeiro de 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

08

O casal Ariano e Zélia Suassuna (ao centro) com o elenco do Auto da Compadecida no palco do Teatro Dulcina, por ocasião da premiação da peça, com a medalha de ouro, no Primeiro Festival de Amadores Nacionais. Rio de Janeiro, 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

09

Ariano com Zélia Suassuna grávida do seu primeiro filho, Joaquim. Recife, 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

10

Ariano Suassuna e Joaquim, seu filho mais velho. Recife, final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

11

Ariano Suassuna no jardim da sua residência, no bairro de Casa Forte, no Recife. Final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

12

Ariano Suassuna e Cacilda Becker no Aeroporto dos Guararapes, Recife, 1958. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

13

Ariano Suassuna, na extremidade esquerda, com a sua mãe, D. Ritinha, e seus quatro irmãos homens: Saulo, João, Lucas e Marcos. Recife, final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

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Ariano Suassuna em traje de vaqueiro nordestino. Fazenda Malhada da Onça, Desterro, Paraíba, década de 1960. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

15

Ariano Suassuna durante as filmagens da primeira versão cinematográfica de sua peça Auto da Compadecida. Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, 1968. Fotógrafo desconhecido /Acervo da família Suassuna.

16

O diretor George Jonas (ao centro) com o elenco do filme A Compadecida, primeira versão cinematográfica da peça Auto da Compadecida. Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, 1968. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

17

Ariano Suassuna no início da década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

18

Ariano Suassuna durante uma das apresentações do Quinteto Armorial. Recife, década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

19

Ariano e Zélia Suassuna na Pedra do Tendó, município de Teixeira, Paraíba, década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

20

Ariano Suassuna na Universidade Federal de Pernambuco, durante a defesa de sua tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a Cultura Brasileira. Recife, 30 de dezembro de 1976. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

21

Ariano Suassuna em Teixeira, Paraíba, 1978. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

22

Ariano Suassuna em sua residência. Recife, 1987. Foto de Chantal Regnault /Acervo da família Suassuna.

23

Ariano Suassuna prestigia lançamento de livro do seu grande amigo João Cabral de Melo Neto, na Academia Pernambucana de Letras. Recife, década de 1980. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

24

Ariano Suassuna e Barbosa Lima Sobrinho, durante a cerimônia de posse de Ariano na Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

25

Ariano Suassuna recebe, das mãos de Rachel de Queiroz, o colar de acadêmico, durante sua posse na Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

26

Diante do então presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, Ariano Suassuna assina o termo de posse da cadeira de n° 32. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

27

Ariano Suassuna e Paulo Freire. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

28

Ariano Suassuna em uma de suas aulas-espetáculo. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

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Ariano Suassuna com Francisco Brennand e Cícero Dias. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

30

Ariano Suassuna na sala de sua residência. Recife, final da década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

Alfabeto Sertanejo

Ariano Suassuna

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Alfabeto Sertanejo

Ariano Suassuna concebeu o alfabeto sertanejo a partir dos desenhos dos ferros de marcar bois e o apresentou no livro-álbum Ferros do Cariri - uma heráldica sertaneja, publicado em 1974.

Marcar o gado como forma de identificar a propriedade de um animal, é ancestral e remonta aos egípcios. No Brasil, o procedimento existe desde que a pecuária aqui se instalou de forma mais estável. O instrumento usado para marcar o gado é de ferro, aplicado em brasa na pele do animal.

A característica mais marcante desse sistema é o caráter hereditário das marcas. O filho de um proprietário, ao iniciar sua própria criação, parte da marca do pai e nela acrescenta ou subtrai algum sinal que a diferencie e se identifique com ele. Sendo a marca inicial um signo relativamente simples, os sinais agregados são acrescentados nas extremidades, sempre ligados ao sinal principal. Essa gramática e nomenclatura próprias obedecem à leis não-escritas, mas muito respeitadas, dos Ferros de Gado.

Ariano Suassuna partiu dessa heráldica popular e utilizou o Alfabeto Sertanejo para

intensificar ainda mais a relação da sua obra literária com o seu universo pictórico. O ferro, marca de posse, passa à condição de marca de autoria, num ato de identificação profunda do autor com a sua obra.

Estandartes

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Estandartes

Ariano Suassuna foi um dos mais prolíficos autores de sua geração, atuando como dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta. Em uma vasta gama de livros e peças, aclamados por público e crítica, selecionamos algumas de suas obras. Elas estão aqui apresentadas sob a forma de estandartes, elaborados a partir das capas criadas para seus livros por Manuel Dantas Suassuna e Ricardo Gouveia de Melo. As datas indicam o início da escrita até sua publicação.

1955/1957 Auto da Compadecida

1957/1961 O Casamento Suspeitoso

1947/1964 Uma Mulher Vestida de Sol

1957/1964 O Santo e A Porca

1959/1971 A Pena e A Lei

1970/1971 Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta

1960/1974 Farsa da Boa Preguiça

1956/1994 A História do Amor de Fernando e Isaura

2013/2017 Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores

1950/2018 Auto de João da Cruz

1987/2018 As Conchambranças de Quaderna

1966/2020 O Sedutor do Sertão

Aulas-Espetáculo

Ariano Suassuna

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Aulas-Espetáculo

O conceito das aulas-espetáculo de Ariano Suassuna, a rigor, já estava presente desde a turnê da Orquestra Armorial, realizada na década de 1970, percorrendo Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Os concertos eram apresentados por ele, com o auxílio de diapositivos, pinturas, desenhos, gravuras e poesias, transformando-se em aulas sobre a cultura brasileira.

Entre 1995 a 1998, como Secretário de Cultura de Pernambuco, Ariano ministrou várias aulas-espetáculo, mas, foi a partir de sua segunda gestão frente à Secretaria, de 2007 a 2010, que ele criou uma estrutura própria para essa realização. Percorreu todo estado com o seu Circo: o Circo Onça Malhada, levando uma trupe de músicos, bailarinos, cantores, cantadores e violeiros para ilustrar as suas bem-humoradas e quixotescas falas em defesa da cultura brasileira.

E costumava terminar suas apresentações declamando para o público os mesmos versos com que seu personagem Dom Pantero se despede em suas cartas:

“Pois é assim: meu Circo pela Estrada

Dois Emblemas lhe servem de Estandarte

no Sertão, o Arraial do Bacamarte;

na Cidade, a Favela Consagrada.

Dentro do Circo, a Vida, Onça Malhada,

ao luzir, no Teatro, o pelo belo,

transforma-se num Sonho - Palco e Prelo.

E é ao som deste Canto, na garganta,

que a cortina do Circo se levanta,

para mostrar meu Povo e seu Castelo.”

Música e Dança Fase Experimental

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Música e Dança - Fase Experimental

No dia 18 de outubro de 1970, com um concerto da Orquestra Armorial de Câmara, e uma exposição de gravuras, pinturas e esculturas, lançava-se oficialmente o Movimento Armorial. O evento aconteceu na igreja barroca de São Pedro dos Clérigos, no bairro de São José, Recife, e foi promovido pelo Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco, e pelo Conselho Federal de Cultura.

Na visão de Ariano Suassuna, o estilo armorial na música devia recuperar as melodias barrocas do romanceiro popular, os toques de viola e da rabeca dos cantadores, e os aboios dos vaqueiros.

Acompanhada por ele, a orquestra excursionou para Rio, São Paulo e Porto Alegre, com grande sucesso. A partir de 1974, passou a ter uma atuação independente, gravando até 1994. Entre seus integrantes estiveram: Benny Wolkoff, Henrique Annes, Clovis Pereira, Cussy de Almeida, Jarbas Maciel e Capiba.

Criado em 1972, o Quinteto Armorial seguia as diretrizes de integração entre erudito e popular, tendo especial repercussão nacional e internacional. Atuou até 1980, gravando quatro LPs. Participaram do grupo: Antônio Nóbrega, Antônio José Madureira, Edison Eulálio Cabral, Egildo Vieira do Nascimento e Fernando Torres Barbosa.

O Balé Armorial do Nordeste criado em 1976, com direção de Flávia Barros, apresentou, com sucesso, o espetáculo Iniciação Armorial aos Mistérios do Boi de Afogados, a partir de roteiro de Ariano Suassuna, no Teatro Santa Isabel, Recife. Arquitetado por longo tempo, o grupo, que não teve grande continuidade, se insere na segunda fase do Armorial, conhecida como Romançal.

Sala Especial Gilvan Samico (1928 - 2013)

Gilvan Samico

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Padre Cícero Romão (Tríptico em óleo sobre aglomerado)

Sala Especial Gilvan Samico (1928 - 2013)

A exposição de gravuras, pinturas e esculturas, que integrou o lançamento do Movimento Armorial, no dia 18 de outubro de 1970, incluía artistas como Aluísio Braga, Fernando Lopes da Paz, Francisco Brennand, Gilvan Samico, J. Borges, Lourdes Magalhães e Miguel dos Santos.

Na abertura desse núcleo, dedicamos uma Sala Especial a Gilvan Samico, um dos mais importantes artistas brasileiros, reconhecido nacional e internacionalmente pela forma perfeita com que soube reunir erudito e popular na difícil técnica da xilogravura. A sala apresenta também pinturas do artista, faceta pouco conhecida de seu trabalho, mas de grande significado na sua produção.

Samico e Suassuna foram grandes amigos por toda a vida, e dentre os muitos textos sobre o artista, escritos por Ariano, destacamos:

“Mergulhando no universo do Romanceiro Popular Nordestino e reencontrando-se com as raízes de seu sangue, Samico regressou com seus Santos, seus Profetas, seus pássaros de fogo, seus dragões, suas serpentes, seus bois encantados e seus cavalos misteriosos, em suas gravuras que nos dão um aspecto de soberana simplicidade, de um virtuosismo técnico realmente impressionante (...) Quando ainda incluo Samico nas fi leiras do movimento Armorial eu o faço com absoluta consciência de que é o movimento que se engrandece com a sua presença e não o inverso, pois sei perfeitamente quando estou tratando de um desses casos raros de artista superior, mestre de si mesmo e discípulo de ninguém.”

Padre Cícero Romão (Tríptico em óleo sobre aglomerado)

Gilvan Samico

1974

Dimensões: 160 centímetros de altura por 178 centímetros de largura.

Gilvan Samico é considerado um dos artistas mais importantes da arte brasileira. Suas gravuras, que ganharam grande notoriedade, são marcadas pela presença de seres míticos, animais fantásticos e referências bíblicas. Desde cedo, Samico mostrou um talento natural para a arte, apesar de nunca ter recebido instrução formal em desenho ou pintura. Sua paixão pela criação começou na juventude, com o incentivo de seu pai, que foi o primeiro a reconhecer suas habilidades artísticas excepcionais.

Aqui, ele se debruça sobre o imaginário religioso brasileiro. Neste tríptico, temos Padre Cícero ao centro com uma beata de cada lado. Padre Cícero usa suas vestes típicas, um chapéu preto de abas largas, uma batina preta comprida, de gola e punhos brancos, e botas pretas. Ele segura um livro com a mão esquerda, junto ao corpo, e um cajado com a mão direita. Sobre o cajado está uma imponente ave de bico comprido e penas amarelas. Sua expressão é séria. As beatas têm extrema semelhança física, como se fossem irmãs gêmeas. Elas têm os cabelos castanhos, lisos e compridos, penteados para trás, os olhos grandes, o nariz e os lábios finos. A da esquerda veste uma blusa branca, com uma faixa diagonal azul, saia de pregas cinza com a barra dourada. Segura uma cruz de madeira junto ao peito. Sobre ela está um estandarte com a imagem do que parece ser um cachorro com a cabeça de uma mulher. Na frente dela há um leão. A beata da direita usa um vestido branco, com cinto azul e rosa. Suas mãos estão cruzadas na altura do peito. Sobre ela está um estandarte com a imagem de uma cobra com cabeça de mulher. Na frente dela está uma onça-pintada. Ambas estão descalças.

No dia 18 de outubro de 1970, a exposição que marcou o lançamento do Movimento Armorial reuniu uma diversidade de obras — gravuras, pinturas e esculturas — de artistas como Aluísio Braga, Fernando Lopes da Paz, Francisco Brennand, Gilvan Samico, J. Borges, Lourdes Magalhães e Miguel dos Santos.

Artes plásticas Fase Experimental

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Artes plásticas - Fase Experimental

Ariano Suassuna sempre manteve fortes laços com a Universidade Federal de Pernambuco, tanto como professor, quanto como diretor do Departamento de Extensão Cultural, período no qual lançou o Movimento Armorial. Em 1975, ele assumiu, pela primeira vez, o cargo de Secretário de Educação e Cultura do Recife, e, nesse período ajudou a concretizar a aquisição de obras de arte para a UFPE.

As obras ainda integram o acervo da instituição, e as aqui expostas, proporcionam ao visitante a oportunidade única de ver trabalhos selecionados pelo próprio Suassuna.

Em 1974, Ariano editou uma publicação, na qual fazia uma avaliação do Movimento Armorial, e, a partir dela, segue um resumo de sua opinião sobre alguns dos artistas:

“O trabalho de Miguel dos Santos mostra a tão expressiva visão, tragicamente fatalista, cruelmente alegre e miticamente verdadeira que o povo brasileiro tem do real. Aloísio Braga ao pintar seus quadros minúsculos, bordados, esmaltados, cheios de “joairias” que parecem encontrar o espírito das miniaturas persas, cria motivos de sonho, abrindo as portas de grandeza para o nosso Povo. Lourdes Magalhães, através de signos e insígnias, faz suas homenagens a Pernambuco e ao Povo nordestino, que dentro de sua pobreza organiza belos cortejos e espetáculos. Da escultura Armorial podemos dizer que ela se origina dos entalhes das xilogravuras dos folhetos, da tradição da escultura em madeira dos santeiros e das esculturas em pedra do barroco. Fernando Lopes da Paz faz parte de tudo isso. Ele é um homem do povo que traz em suas veias essa forte seiva do sangue nacional brasileiro.”

Figurinos - A Compadecida Francisco Brennand

Francisco Brennand

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Figurinos - A Compadecida - Francisco Brennand

Francisco Brennand e Ariano Suassuna foram amigos a vida inteira, Brennand participou das primeiras exposições do Movimento Armorial, mas sempre recusou ser rotulado. Com sua fala irônica e divertida dizia: “Eu não sou Armorial. Sou sexual!”. Brennand foi um artista plural, realizando desenhos, pinturas, cerâmicas industriais, tapeçarias e suas famosas esculturas em cerâmica, de grandes proporções. Construiu um espaço especial, a Oficina Brennand, no Recife, um lugar mágico e onírico, que proporciona ao visitante uma imersão no seu mundo, segundo Suassuna, a Ilumiara Brennand.

Em 1969, foi realizado o filme A Compadecida, com direção de George Jonas baseado na premiada peça Auto da Compadecida, de Suassuna. Um dos primeiros filmes coloridos do Brasil, o elenco incluía atores como Armando Bogus, Antônio Fagundes, Ary Toledo, Regina Duarte e Zózimo Bulbul.

Os figurinos eram de Francisco Brennand e os cenários de Lina Bo Bardi, mas, a maioria das cenas foi gravada ao ar livre, em Brejo da Madre de Deus, no interior de Pernambuco.

Brennand desenhou figurinos com cores vibrantes e elementos brasileiros, cajus, mangas e flores tropicais. Eles foram executados por costureiras e bordadeiras da pequena cidade. O figurino da Compadecida, aqui apresentado, é original do filme, os outros foram confeccionados especialmente para a exposição, seguindo os desenhos do artista e as imagens do filme.

Miguel dos Santos

Miguel dos Santos

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Miguel dos Santos

Sem título, 1984

Cerâmica

Miguel dos Santos nasceu em Caruaru, PE, mas, desde 1960, reside em João Pessoa, PB, onde possui ateliê. Participou da primeira exposição Armorial, com pinturas, e ainda continua em franca atividade, mais dedicada à cerâmica. Suas esculturas personalíssimas, voltadas para o realismo mágico, inspiram-se em animais míticos ou fantásticos, incorporando vestígios do passado e referências a deuses ancestrais.

Sua técnica de modelagem em cerâmica é de excepcional qualidade, permitindo ao artista criar peças de grandes dimensões.

Em 2009, por encomenda da Prefeitura de João Pessoa, o artista criou a escultura A Pedra do Reino, localizada no Parque Solón de Lucena, um dos mais importantes cartões postais da cidade. A obra é uma homenagem a Ariano Suassuna.

Ariano Suassuna - Pinturas

Ariano Suassuna

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Ariano Suassuna - Pinturas

Na década de 1980, foi inaugurado no Recife o Internacional Palace Hotel, um dos primeiros hotéis cinco estrelas da cidade. O projeto ficou a cargo de Acácio Gil Borsoi, arquiteto carioca, que, a partir dos anos 1960, atuou no Nordeste disseminando os princípios da arquitetura moderna e inspirando gerações de arquitetos.

Ao seu lado estava a pernambucana Janete Costa, arquiteta, designer e curadora, uma das maiores incentivadoras da arte popular brasileira. Juntos decidiram fazer do interior do hotel um local para mostrar a arte nacional, escolhendo obras de artistas como Burle Marx e Bruno Giorgi, entre outros.

Convidado a participar do projeto, Ariano Suassuna realizou pinturas inspiradas nas suas iluminogravuras. As três obras criadas pelo artista mesclam elementos dos episódios mais marcantes da série Dez sonetos com mote alheio: Acauhan, Infância e A Viagem.

Ilumiaras

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Ilumiaras

Numa materialização de seu pensamento, Ariano Suassuna criou o conceito de Ilumiara. São locais imantados dos quais emana uma energia criadora, sendo também espaços de celebração e de construção intelectual. O escritor já havia usado o neologismo “lumiara” para se referir, na década de 1970, aos “anfi teatros” formados por pedras lavradas, ou pinturas, realizados pelos primeiros habitantes do Brasil, possivelmente usados como locais para seus cultos.

Anos depois, ele passou a chamar esses espaços de “ilumiaras”, estendendo o termo para identificar conjuntos artísticos diversos, surgidos a partir da integração de vários gêneros (pintura, escultura, arquitetura etc.) e que pudessem ser compreendidos como locais de celebração da cultura brasileira.

Assim criou, enquanto Secretário da Cultura de Pernambuco, a “Ilumiara Zumbi”, em Olinda, como ponto de encontro do Maracatu Piaba de Ouro, e a “Ilumiara Pedra do Reino”, em São José do Belmonte, local onde se realizam as tradicionais festas da Cavalhada, ao lado de duas enormes pedras naturais, e de esculturas de Arnaldo Barbosa.

Ariano também considerava Ilumiaras a “Pedra do Ingá” e a fazenda “Acauã”, ambos na Paraíba, onde viveu quando criança, e “A Coroada”, casa da família no Recife, onde estão reunidas esculturas, azulejos e cerâmicas escolhidos pelo escritor. A “Ilumiara Jaúna”, em Taperoá, Paraíba, foi deixada por Suassuna como uma missão para seu filho, Manuel Dantas, e propõe uma releitura das inscrições da Pedra do Ingá.

Zélia Suassuna (1931)

Zélia Suassuna

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Tapeçaria Zélia Suasuna 1986

Zélia Suassuna (1931)

Importante artista do Movimento Armorial, sua obra é composta por pinturas, litografias, esculturas e tapetes. Não se pode negar a influência que seu marido, Ariano Suassuna, exerceu sobre sua produção, porém o inverso também é verdadeiro. Grande foi a influência de Zélia no sentido de integrar na obra de Ariano a beleza da Zona da Mata de Pernambuco.

Da xilogravura popular, a artista herdou a simplicidade dos traços, o gosto pelo equilíbrio simétrico e pelas figuras chapadas, e do ponto de vista temático, todo o seu fabulário – os santos, os anjos, a fauna e a flora, os bichos alados e míticos, ligados ao maravilhoso ou ao fantástico.

Já na década de 1970, seus desenhos ilustravam alguns livros de Ariano publicados pela editora José Olympio, entre eles a Farsa da Boa Preguiça e o volume que reúne as peças O Santo e a Porca e O Casamento Suspeitoso. Em suas tapeçarias e cerâmicas usa cores fortes e puras, imprimindo, por opção, uma beleza rústica e primitiva aos seus trabalhos.

Manuel Dantas Suassuna

Manuel Dantas Suassuna

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Título: Caderno iluminado

Artista: Manuel Dantas Suassuna

Duração: 9 min

Fotografias: Hélder Ferrer, Léo Caldas, Manuel Dantas Suassuna e Paulo Montanheiro

Edição de vídeo: Ricardo Gouveia de Melo e Paolo Montanheiro

Vídeo montado a partir de imagens de cinco livros do artista, todos em técnica mista sobre papel e realizados entre os anos de 2010 e 2021: O Livro Negro do Cotidiano, Suplemento Erótico Armorial de Moda e Lazer, O Livro do Mar, O Livro do Sertão e Caderno do Mar. Voz de Ariano Suassuna declamando sua autobiografi a poética, Vida Nova Brasileira, sobre fundo musical de Antônio Madureira.

Grupo Grial Balé

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Grupo Grial - Balé

Em 1997, Ariano Suassuna criou, com Maria Paula Costa Rêgo, o Grupo Grial, que desenvolve até hoje um trabalho de pesquisa e de criação em torno de uma linguagem gestual e coreográfica inspirada nas tradições culturais do Nordeste. Diretora, bailarina e coreógrafa, Maria Paula Costa Rêgo, é graduada em Dança pela Sorbonne, França, país no qual residiu por 11 anos, e onde, de 1991 a 1996, foi intérprete e coreógrafa do grupo Les Passagers de dança aérea.

No retorno ao Brasil reencontrou Suassuna que lhe propôs a criação de um grupo, com o intuito de abrir novas possibilidades para a Dança Armorial. O primeiro espetáculo apresentado foi A Demanda do Graal Dançado, com roteiro de Ariano, e direção de arte e cenografia de Manuel Dantas Suassuna, estreando a 19 de março de 1997, no Teatro Arraial.

Desde então, o Grial sempre se manteve ativo, e, ao longo desses anos, Maria Paula realizou 15 criações coreográficas contemporâneas, com propostas armoriais, participando de festivais de dança nacionais e internacionais. Em 2012, seu trabalho Travessia, foi indicado pelo jornal O Estado de S. Paulo como Melhor Espetáculo, e em 2013, recebeu o prêmio APCA, como Intérprete Criadora pelo espetáculo Terra.

Em festivais locais, o Grial também recebeu diversos prêmios: intérprete, coreografia, trilha, iluminação, cenário, figurino e melhor espetáculo.

Entre 2007 e 2014, Maria Paula foi também Diretora Artística e Coreógrafa do Grupo Arraial, que acompanhava Ariano Suassuna nas suas aulas-espetáculo.

Cordel - Referências

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Cordel - Referências

Ariano Suassuna considerava o Cordel, a principal referência do Movimento Armorial, pelo espírito mágico e tradicional que permeia suas histórias, formando o chamado Romanceiro Popular do Nordeste.

Em suas próprias palavras:

“O folheto da nossa Literatura de Cordel pode, realmente, servir-nos de bandeira, porque reúne três caminhos: um, para Literatura, o Cinema e o Teatro, através da poesia narrativa de seus versos; outro, para as Artes Plásticas, como a Gravura, a Pintura, a Escultura, a Talha, a Cerâmica ou a Tapeçaria, através dos entalhes feitos em casca-de-cajá para as xilogravuras que ilustram suas capas; e finalmente, um terceiro caminho para a Música, através das ‘solfas’ e ‘ponteados’ que acompanham e constituem seus ‘cantares’, o canto de seus versos ou estrofes.”

Na seleção aqui apresentada, reunimos talhas e xilogravuras dos mais importantes artistas do cordel, como Abrãao, Enéias, Expedito, J.Borges, João de Barros, José Costa Leite, Mestre Dila, Mestre Noza, Minelvino Francisco da Silva, Palito, Pedro Armando e Walfredo Gonçalves, que evidenciam o imaginário nordestino no qual se mesclam o cotidiano e o fantástico, animais comuns e monstros, cenas engraçadas e trágicas, fé e delírio.

O conjunto é completado por folhetos de cordel dedicados a Ariano Suassuna, assim como a tradicional apresentação em varais, que rendeu a esse tipo de literatura popular o nome de Cordel. Finalizando, propomos uma imersão no universo cordelista, a partir de uma cidade desenhada por Pablo Borges, um dos filhos do famoso J.Borges, ainda em atividade aos 86 anos.

José Francisco Borges (1935)

José Francisco Borges

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Xaxado (Xilogravura) J. Borges Década de 1970

José Francisco Borges (1935)

Artista popular, cordelista, xilogravador e poeta, J. Borges, sempre foi um dos artistas preferidos de Ariano Suassuna. Aos 86 anos, continua em plena atividade, na sua oficina em Bezerros. Autodidata, desenha suas imagens direto na madeira, talhando o fundo da matriz ao redor da figura, que a seguir é entintada e impressa no papel.

Dono de uma técnica própria de colorir as imagens, o artista mostra em seus trabalhos o cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, sempre ligados ao povo nordestino.

Em sua cidade natal, Bezerros, PE, foi inaugurado o Memorial J. Borges, com exposição de parte de sua obra e objetos pessoais. É considerado um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco.

Xaxado (Xilogravura)

J. Borges

Década de 1970

Dimensões: 43 centímetros de altura por 80 centímetros de largura.

Artista popular, cordelista, xilogravador e poeta, J. Borges sempre foi um dos artistas preferidos de Ariano Suassuna. Aos 86 anos, continua em plena atividade, na sua oficina em Bezerros, Pernambuco. Autodidata, desenha suas imagens direto na madeira, talhando o fundo da matriz ao redor da figura, que a seguir é entintada e impressa no papel.

Está mostra uma imagem gravada em preto sobre o fundo branco. Nela estão seis homens vestindo típicos trajes de cangaceiros e duas mulheres. Os homens têm os cabelos escuros e curtos, vestem chapéu de couro em forma de triângulo, com duas estrelas, camisas de mangas longas, calças compridas e têm o peito e a cintura transpassados com cinturões repletos de balas de carabina. As mulheres têm os cabelos compridos, lisos e escuros e vestem vestidos longos.

Em primeiro plano, à direita, estão três homens tocando instrumentos, são eles que tocam o Xaxado a que o título da obra faz referência. O primeiro deles é o único que tem um fino bigode, ele toca triângulo, o segundo está de perfil e toca uma zabumba e o terceiro toca sanfona. Um pouco atrás do homem da sanfona, encoberta por ele, está uma mulher de perfil que toca um reco-reco.

Do lado esquerdo da obra, mais ao fundo, estão três homens e uma mulher abaixo de uma árvore. Em um dos galhos da árvore estão penduradas seis carabinas. Os homens dançam em volta da mulher, que está de perfil. O homem que está atrás da mulher segura a cabeça dela e a puxa em sua direção com certa violência.

Apesar desta imagem ser em preto e branco, J. Borges é dono de uma técnica própria de colorir as imagens, o artista mostra em seus trabalhos o cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, sempre ligados ao povo nordestino. Em sua cidade natal, Bezerros–PE, foi inaugurado o Memorial J. Borges, com exposição de parte de sua obra e objetos pessoais. Ele é considerado um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco.

Referências - Folguedos

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Referências - Folguedos

Maracatu, Reisado e Cavalo-marinho.

Outra das referências do Movimento Armorial são as festas populares e suas suntuosas fantasias, estandartes e bandeiras. Pernambuco reúne alguns dos mais interessantes folguedos e danças populares do país.

Esses costumes e divertimentos do povo, que proporcionam imagens de beleza e riqueza extraordinárias, são preservados pelas próprias comunidades graças à sua capacidade de resistência, exercida à custa de economias e sacrifícios quase milagrosos.

Neste núcleo estão reunidas três das mais importantes referências para o movimento Armorial: o Reisado, o Maracatu e o Cavalo-Marinho, apresentados através de seus figurinos e estandartes, além de vídeos e fotos.

O Reisado é uma dança de origem ibérica, em comemoração ao nascimento do menino Jesus e em homenagem aos Reis Magos. As excepcionais fotos de Maureen Bisilliat ilustram a riqueza dos delirantes chapéus usados nessa ocasião e seu contraste com a rudeza das pessoas que os vestem.

Existem dois tipos de Maracatu, o de baque virado, de origem africana, que representa a coroação dos escravos; e o de baque solto, também chamado de Maracatu Rural. Nesse se destaca a figura do Caboclo de Lança, e seu rico e complexo figurino, composto por ruidosos chocalhos, flutuante cabeleira, vistosa “gola” ricamente bordada e pontiaguda lança, adereçada com fitas.

Variante do Bumba-meu-boi, o Cavalo-Marinho é um misto de teatro, música e dança e tem como uma de suas características o uso de máscaras, divididas em três categorias: animais, humanos e fantásticos.

Visita Guiada

Visita Guiada com Acessibilidade

Ficha técnica da exposição

Realização | Realization

Ministério da Cultura

Patrocínio Oficial | Oficial Sponsorship

Petrobras

Idealização e Produção | Original Idea and Production

R.Godoy Marketing e Cultura

Coordenação Geral | General Coordination

Regina Rosa de Godoy

Curadoria da Exposição | Exhibition Curatorship

Denise Mattar

Consultoria | Consultancy

Manuel Dantas Suassuna e Carlos Newton Júnior

Curadoria Encontros artísticos | Artistic Encounters Curatorship

Carlos Newton Júnior

Produção Executiva | Executive Production

Marcela Sá - Inspiração Produções Culturais

Produção | Production

Celso Rabetti

Identidade Visual | Visual Identity

Manuel Dantas Suassuna e Ricardo Gouveia

Design Gráfico | Graphic Design

Ana Lucas - Kaminari Comunicação

Assessoria de Comunicação | Press Office

A Dois Comunicação - Anna Accioly e Sonora Comunicação - Arlon Souza

Redes Sociais | Social Media

Lado B Conecta

Produção de mídia | Media Production

Anotaê Comunicação

Coordenação Financeira | Financial Coordination

Celeste Bartoletti e João Noronha

Assessoria Jurídica | Legal Advice

Marília Rosado Maia

Governador do Estado da Bahia | Bahia’s State Government

Jerônimo Rodrigues

Secretário da Cultura | Secretary of State for Culture

Bruno Monteiro

Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia | Institute of Artistic and Cultural

Heritage of Bahia

Marcelo Lemos

MUSEU DE ARTE DA BAHIA

Diretor | Director

Pola Ribeiro

Assessoria | Assistance

Camila Guerreiro

Administração | Administration

Ana Bárbara Fernandes, Herbert Gomes, Monique Sousa

Audiovisual

Thales Albieri

Museologia | Museology

Celene Barbosa Sousa, Luzia Ventura

Conservação | Conservation

Verônica Rohrs

Pesquisa | Research

Edwalter Santos Lima

Biblioteca | Library

Lúcia Valóis, Vera Lucia Bezerra

Educativo | Educators

Isabel Gouveia (Coordination), Débora Santos, Josane de Oliveira, Marlice Almeida, Renata

Alencar, Sandoval Soares

Mediadores | Mediators

Ana Paula Freire, Alana Vitória Oliveira, César Ricardo Neves, Cristiane de Almeida, Jéssica

Freitas, Jorge França, Laudiméia Silva Celestina, Mario Sérgio Rodrigues, Reinaldo Alves,

Rosângela Martins, Roque Teixeira

Apoio | Support

Claudio de Almeida, Danilo Azevedo, Eliseu Costa, Jorge Alves de Araújo, Luan Conceição,

Maria de Fátima Gonçalves, Maria Lídia Santos, Marizete Barbosa, Sérgio Ricardo Santos

Estagiário | Intern

Luciano Barros

EXPOSIÇÃO

Curadoria | Curatorship

Denise Mattar

Consultoria | Consultancy

Manuel Dantas Suassuna e Carlos Newton Júnior

Design Cenográfi co | Scenography design

Guilherme Isnard

Assistente de curadoria | Curatorial Assistant

Felipe Barros de Brito

Identidade Visual | Visual Identity

Manuel Dantas Suassuna e Ricardo Gouveia

Design Gráfi co | Graphic Design

Ana Lucas - Kaminari Comunicação

Consultoria de climatização | HVAC Consultancy

Eng. Bruno Fedeli

Museologia | Museology

Mariane Tomi Sato, Perside Omena e Renilda do Vale

Courrier

Camila Santos, Mariza Monteiro e Rebeca Mattos

Coordenação de Cenografi a | Scenography coordination

Ana Kalil

Coordenação de Montagem Fina | White Glove Install Coordination

C2 Montagem

Montagem Fina | White Glove Install

Aguinaldo Santos, Luiz Henrique,

Paulo Tosta e Tairone Costa

Assistentes de produção | Production assistants

Andreia Couto e Mariana Pereira

Confecção de obra cenográfi ca | Scenographic artwork construction

Onça Caetana: Agnaldo Pinho,

Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim

Cidade do Cordel: Pablo Borges

Impressão: K2 Sinalização

Cenotécnica | Cenotechnic

Crimerio Ribeiro dos Santos e Ademir Ferreira de Oliveira

Projeto Luminotécnico | Lighting Design

Guinard e EVJ Produções

Audiovisual | Audiovisual

EVJ Produções

Figurinos | Scenic costumes

A Compadecida: Flávia Rossette e equipe

Reisado, Maracatu e Cavalo Marinho: Maciel Salu | Casa da Rabeca

Balé Grial: Maria Paula Costa Rêgo

Fotografi as | Photography

Alexandre Nóbrega, Claudio JJ, Daniela Nader, Geyson Magno, Leo Caldas,

Manuel Dantas Villar, Maureen Bisilliat - Coleção Instituto Moreira Salles (IMS)

e Rafael Medeiros

Pesquisa e licenciamento | Research and Licensing

Mariana Kapps

Textos | Texts

Denise Mattar

Consultoria de textos e revisão histórica | Text and Historical Review

Consultancy

Carlos Newton Júnior

Colaboração Educativo | Educational Collaborators

AEP Arteducação Produções: Edna Onodera e Valéria Alencar

Educativo | Educational

Tecnomuseu - Soluções para Museus - Coordenação: Mona Nascimento

Tradução | Translation

Felipe Barros de Brito

Audioguia e Acessibilidade | Audioguide and Accessibility

APP Musea

Transporte | Shipping

Millenium Fine Arts Serviços e Transportes

Seguro | Insurance

YLM SEGUROS

AGRADECIMENTOS

Adriana Victor

Andrea Carla Marinho

Andy Lopes

Antônio Madureira e Cecília Didier

Antonio Campos

Antonio Nóbrega

Aurelio Molina

Beth da Matta

Brenda Valansi

Carmen Sheilla

Carlos Newton Júnior

Carlos Sant’Anna

Cassia Rabetti

Clodoaldo Pereira de Lucena Filho

Cristiane Mabel

Daniel Maranhão

Daniel Thiago Freire da Silva

Diogo Cantareli

Domingos de Lello

Edna Onodera

Edna e equipe Memorial J. Borges

Eduardo Sarmento

Eduardo Suassuna

Elizabeth Araruna

Família Suassuna

Flavia Bastos

Galeria Base

Galeria Marco Zero

Geralda Farias

Globo Filmes

Governo do Estado de Pernambuco (Aulas espetáculos)

Helio Pajeu

Instituto Ebrasil

Instituto Moreira Salles

Izabel Rosa de Jesus

J. Borges

Joana D’Arc

Juan Balbino

Leda Lopes de Maria

Lucas Oliveira

Lurdinha Vasconcelos

Mabel Medeiros

Maciel Salustiano

Magda Guedes Guimarães

Manoel Dantas Suassuna

Manuel Augustinho

Marcelo Monteiro Campos

Marcelo Monteiro Santos

Marcelle Farias

Maria Paula Costa Rego

Mariana Brennand

Marcelo Canuto

Marinez Teixeira da Silva

Marta Barroso Ferreira

Mauricio Redig de Campos

Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães

Neném Brennand

Ofi cina Brennand

Oussama Naouar

Patricia Alves de Souza

Raimundo Nonato

Raphaela Feitosa

Renato de Mendonça Canuto Neto

Ricardo H.B.B.W. Neves

Robson Ruy Cenografi a

Romildo Aprijo Lopes

Rosa Jonas

Socorro Moraes

Tassio Soares

Tiago Cavalcante

Thereza Freitas

Universidade Estadual da Paraíba

Universidade Federal de Pernambuco - Museu Benfi ca

Vera Nunes

Zélia Suassuna


Denise Mattar
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