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Mostra Movimento Armorial 50 Anos

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Recife

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Museu do Estado de Pernambuco (MEPE)

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18 de outubro de 2023 até 07 de Janeiro de 2024

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Início da exposição

Texto Institucional Petrobras

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PETROBRAS

Em 1970, preocupado com a descaracterização da cultura brasileira, o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna reuniu em torno dele um grupo de artistas de várias áreas, numa ação que recebeu o nome de Movimento Armorial. O objetivo era ousado, bem ao estilo desafiador e provocante do mestre: fazer surgir uma arte erudita a partir das mais autênticas e tradicionais manifestações artístico-culturais populares do Nordeste e de outras regiões do país.

Essa busca pelas raízes brasileiras: ibéricas, indígenas e africanas, que caracterizou a atuação do Movimento Armorial, evidencia o pioneirismo de Ariano, que, há cinquenta anos discutia pautas hoje consideradas inovadoras, apresentadas de forma contundente, mas sempre divertida, permeada pelo espírito mágico do Cordel.

A exposição Armorial 50, já apresentada com enorme sucesso em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, comemora esse universo eclético, múltiplo e fantástico do Movimento Armorial, conduzindo o visitante a uma experiência única. Uma mostra leve, colorida e reflexiva, que agora está de volta à sua terra de origem.

Através do incentivo constante a projetos nas áreas de artes cênicas, música, audiovisual e múltiplas expressões, a Petrobras coloca em prática a sua crença de que a cultura é uma força transformadora e impulsionadora da sociedade. Poucas vezes, entretanto, um só projeto abarca todos esses campos, como é o caso do evento Armorial 50. Uma trilha cultural sem fronteiras, unindo o preto e branco das xilogravuras, o multicolorido das festas populares, as fabulosas histórias do Romanceiro do Nordeste, a sonoridade dos cantadores e as coreografias das danças.

Uma aula-espetáculo sobre o melhor de nosso país - o povo brasileiro!

Texto Curatorial - Denise Mattar

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O Movimento Armorial foi lançado por Ariano Suassuna em 1970, no Recife, com a

proposta de produzir uma Arte Brasileira ligada às raízes de nossa cultura popular,

mas erudita, e, por isso, universal. Mais do que propor diretrizes rígidas, o movimento

buscava a convergência entre diferentes gêneros da arte, como Dança, Literatura,

Pintura, Música e Teatro.

Suassuna propôs reunir essas manifestações usando como traço comum a ligação

com o espírito mágico do Romanceiro Popular do Nordeste, expresso na literatura

de Cordel, na música de viola, rabeca ou pífano, que acompanha seus cantares, na

xilogravura que ilustra suas capas, e também nos espetáculos populares, como o

Reisado, o Maracatu, a Cavalhada e tantos outros.

Dentro do espírito que norteou Suassuna, a proposta da exposição é reunir essas

artes, apresentando às novas gerações o trabalho pioneiro e engajado do autor,

mostrando como ele propunha uma volta às raízes brasileiras, com profundo respeito

à diversidade, às tradições de negros, índios e brancos, mas apresentando tudo de

forma mágica, lúdica, plena de humor – um humor que faz pensar. Uma lição de vida

e de resultados positivos, resultados que devem ser mostrados para a sociedade

improdutivamente polarizada na qual vivemos hoje.

Depois de ser apresentada com grande sucesso em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Campina Grande, a exposição Armorial 50 chega finalmente à sua terra natal. É hora de celebrar, sorrir e sonhar – e o sonho é a matéria-prima do Armorial.

Boa visita!!!

Denise Mattar

Texto Consultor - Manuel Dantas Suassuna

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O escritor francês Albert Camus afirmou, em certa ocasião, que uma obra de homem nada mais é do que a tentativa de reencontrar, pelos desvios da arte, aquelas duas ou três imagens simples e grandes às quais o coração se abriu pela primeira vez.

Essas imagens, no meu caso, estão visceralmente ligadas ao Sertão e às manifestações artísticas populares do Nordeste, e foi com meu pai que aprendi a amar tudo isso. Ainda menino acompanhei, cheio de entusiasmo, os ensaios que o Quinteto Armorial realizava na sala de nossa casa e as orientações que meu pai dava aos músicos, muitas vezes recitando, com sua memória privilegiada, romances de cordel que Antonio Madureira depois aproveitava para as suas composições.

Aloisio Magalhães, Francisco Brennand e Gilvan Samico, amigos de meu pai de longa data, eram visitas frequentes, e sempre nos presenteavam com obras de arte de sua autoria, que eu contemplava nas paredes da nossa casa. Sem esquecer as obras de minha mãe, Zélia, que traziam a beleza da Zona da Mata, mais ligada ao gracioso, para dialogar com o grandioso do Sertão, apresentado por meu pai; ou as obras de José de Barros, que era meu parente e também foi um dos meus mestres.

Assim, quando o caminho da arte se impôs de modo irrecusável à minha vida, toda a poética do Movimento Armorial já se encontrava percutindo no meu sangue e na minha memória, associada ao abstracionismo de Aloisio e incorporada às minhas próprias ideias.

É por isso que eu costumo dizer que não sigo, propriamente, o Movimento Armorial, mas o carrego sempre comigo, seja para onde eu for, nessa procura meio inconsciente e obsessiva das imagens de um passado que ainda pulsa, dentro de mim, com a força do galope de um cavalo desgovernado.

Manuel Dantas Suassuna

Texto - Regina Godoy

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Celebração da cultura popular

Feliz duplamente por realizar, juntamente com parceiros especiais, esta Mostra no ano em que comemoro 30 anos dedicados à produção cultural. Uma oportunidade também de ir ao encontro das minhas raízes nordestina e negra – e que estão intrinsecamente ligadas à cultura popular.

Em 2020, em meio à pandemia, esta Mostra foi se delineando. Convidei Denise Mattar para assinar a curadoria da exposição. O desafio de (re)criar os encontros artísticos do Movimento Armorial foi aceito. Amiga e mestra, agradeço pelos 20 anos de parceria.

Ao apresentar a ideia para Manuel Dantas Suassuna, ele apoiou e possibilitou o acesso mais profundo ao universo mágico de Ariano, abrindo as portas da Ilumiara e do acervo histórico e documental, em conjunto com Carlos Newton Junior e Ricardo Gouveia.

Amigos de longa data e mais recentes se somaram nesta trajetória: do Rio de Janeiro, Marcela Sá. Em São Paulo, Guilherme Isnard, Flavia Rossette, Celeste Bartoletti e Ana Lucas. Em Recife, Marcelle Farias e a equipe da Capibaribe. O produtor Celso Rabetti, em Florianópolis. Em Belo Horizonte, Petulia Nogueira e equipe do CCBB BH. A cada um agradeço pela vibração, entrega e energia.

Por fim, esta Mostra em Belo Horizonte marca também 15 anos de parceria com o Banco do Brasil.

Convido o público a participar desta imersão na alegria, nas cores, nos sons da cultura popular e nordestina. E celebrar os presentes que a vida nos traz a partir dos encontros.

A Onça Caetana

Agnaldo Pinho, Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim

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A Onça Caetana

O pai de Ariano Suassuna foi assassinado quando ele era ainda criança por questões políticas. A mãe foi perseguida e teve que mudar-se várias vezes, com os filhos. Esse acontecimento é um ponto fulcral da obra do escritor, por isso abre a mostra.

A Onça Caetana é um elemento do folclore nordestino, associado à morte. Ariano desenhou várias versões da caetana sendo esta a escolhida para ser realizada tridimensionalmente para a exposição.

A peça foi confeccionada em Belo Horizonte pelos bonequeiros Agnaldo Pinho, Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim.

A Acauhan — A Malhada Da Onça

Ariano Suassuna

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A Acauhan — A Malhada Da Onça

Com mote de Janice Japiassu

Aqui morava um Rei, quando eu menino:

vestia ouro e Castanho no gibão.

Pedra da sorte sobre o meu Destino,

pulsava, junto ao meu, seu Coração.

Para mim, seu Cantar era divino,

quando, ao som da Viola e do bordão,

cantava, com voz rouca, o Desatino,

o Sangue, o riso e as mortes do Sertão.

Mas mataram meu Pai. Desde esse dia,

eu me vi, como um Cego, sem meu Guia,

que se foi para o Sol, transfigurado.

Sua Efígie me queima. Eu sou a Presa,

Ele, a Brasa que impele ao Fogo, acesa,

Espada de ouro em Pasto ensanguentado.

Cronologia Ariano Suassuna

João Suassuna e Rita de Cássia Dantas Villar, pais do escritor Ariano Suassuna, quando noivos. Paraíba, 13 de abril de 1913. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Casa da Fazenda Acauhan, localizada no município de Aparecida, Sertão da Paraíba, então propriedade de João Suassuna, onde o menino Ariano passou parte de sua primeira infância. Foto da década de 1920. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna com cerca de 1 ano de idade. Paraíba, 1928. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ao lado do seu irmão Lucas e do amigo Lourenço Barbosa (o grande compositor Capiba), Ariano Suassuna, aos 11 anos de idade, assiste a um dos jogos da final do campeonato pernambucano de futebol, disputada entre o Sport Clube do Recife e o Santa Cruz. Recife, 1938. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna e os seus companheiros do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP), na escadaria da Faculdade de Direito do Recife, em 1946. Da esquerda para a direita, veem-se, na primeira fila, José Laurenio de Melo, Joel Pontes, Hermilo Borba Filho e Ariano. Na segunda fila, Galba Pragana, José de Moraes Pinho, José Guimarães Sobrinho e Ivan Neves Pedrosa. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna no Ateliê de Francisco Brennand. Recife, década de 1950. Foto de João Suassuna Filho / Acervo da família Suassuna.
Casamento de Ariano Suassuna e Zélia de Andrade Lima. Recife, 19 de janeiro de 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
O casal Ariano e Zélia Suassuna (ao centro) com o elenco do Auto da Compadecida no palco do Teatro Dulcina, por ocasião da premiação da peça, com a medalha de ouro, no Primeiro Festival de Amadores Nacionais. Rio de Janeiro, 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano com Zélia Suassuna grávida do seu primeiro filho, Joaquim. Recife, 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna e Joaquim, seu filho mais velho. Recife, final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna no jardim da sua residência, no bairro de Casa Forte, no Recife. Final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna e Cacilda Becker no Aeroporto dos Guararapes, Recife, 1958. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna, na extremidade esquerda, com a sua mãe, D. Ritinha, e seus quatro irmãos homens: Saulo, João, Lucas e Marcos. Recife, final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna em traje de vaqueiro nordestino. Fazenda Malhada da Onça, Desterro, Paraíba, década de 1960. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna durante as filmagens da primeira versão cinematográfica de sua peça Auto da Compadecida. Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, 1968. Fotógrafo desconhecido /Acervo da família Suassuna.
O diretor George Jonas (ao centro) com o elenco do filme A Compadecida, primeira versão cinematográfica da peça Auto da Compadecida. Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, 1968. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna no início da década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna durante uma das apresentações do Quinteto Armorial. Recife, década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano e Zélia Suassuna na Pedra do Tendó, município de Teixeira, Paraíba, década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna na Universidade Federal de Pernambuco, durante a defesa de sua tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a Cultura Brasileira. Recife, 30 de dezembro de 1976. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna em Teixeira, Paraíba, 1978. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna em sua residência. Recife, 1987. Foto de Chantal Regnault /Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna prestigia lançamento de livro do seu grande amigo João Cabral de Melo Neto, na Academia Pernambucana de Letras. Recife, década de 1980. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna e Barbosa Lima Sobrinho, durante a cerimônia de posse de Ariano na Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna recebe, das mãos de Rachel de Queiroz, o colar de acadêmico, durante sua posse na Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Diante do então presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, Ariano Suassuna assina o termo de posse da cadeira de n° 32. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna e Paulo Freire. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna em uma de suas aulas-espetáculo. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna com Francisco Brennand e Cícero Dias. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.
Ariano Suassuna na sala de sua residência. Recife, final da década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

Legendas das fotos: Carlos Newton Júnior

01

João Suassuna e Rita de Cássia Dantas Villar, pais do escritor Ariano Suassuna, quando noivos. Paraíba, 13 de abril de 1913. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

02

Casa da Fazenda Acauhan, localizada no município de Aparecida, Sertão da Paraíba, então propriedade de João Suassuna, onde o menino Ariano passou parte de sua primeira infância. Foto da década de 1920. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

03

Ariano Suassuna com cerca de 1 ano de idade. Paraíba, 1928. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

04

Ao lado do seu irmão Lucas e do amigo Lourenço Barbosa (o grande compositor Capiba), Ariano Suassuna, aos 11 anos de idade, assiste a um dos jogos da final do campeonato pernambucano de futebol, disputada entre o Sport Clube do Recife e o Santa Cruz. Recife, 1938. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

05

Ariano Suassuna e os seus companheiros do Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP), na escadaria da Faculdade de Direito do Recife, em 1946. Da esquerda para a direita, veem-se, na primeira fila, José Laurenio de Melo, Joel Pontes, Hermilo Borba Filho e Ariano. Na segunda fila, Galba Pragana, José de Moraes Pinho, José Guimarães Sobrinho e Ivan Neves Pedrosa. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

06

Ariano Suassuna no Ateliê de Francisco Brennand. Recife, década de 1950. Foto de João Suassuna Filho / Acervo da família Suassuna.

07

Casamento de Ariano Suassuna e Zélia de Andrade Lima. Recife, 19 de janeiro de 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

08

O casal Ariano e Zélia Suassuna (ao centro) com o elenco do Auto da Compadecida no palco do Teatro Dulcina, por ocasião da premiação da peça, com a medalha de ouro, no Primeiro Festival de Amadores Nacionais. Rio de Janeiro, 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

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Ariano com Zélia Suassuna grávida do seu primeiro filho, Joaquim. Recife, 1957. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

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Ariano Suassuna e Joaquim, seu filho mais velho. Recife, final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

11

Ariano Suassuna no jardim da sua residência, no bairro de Casa Forte, no Recife. Final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

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Ariano Suassuna e Cacilda Becker no Aeroporto dos Guararapes, Recife, 1958. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

13

Ariano Suassuna, na extremidade esquerda, com a sua mãe, D. Ritinha, e seus quatro irmãos homens: Saulo, João, Lucas e Marcos. Recife, final da década de 1950. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

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Ariano Suassuna em traje de vaqueiro nordestino. Fazenda Malhada da Onça, Desterro, Paraíba, década de 1960. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

15

Ariano Suassuna durante as filmagens da primeira versão cinematográfica de sua peça Auto da Compadecida. Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, 1968. Fotógrafo desconhecido /Acervo da família Suassuna.

16

O diretor George Jonas (ao centro) com o elenco do filme A Compadecida, primeira versão cinematográfica da peça Auto da Compadecida. Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, 1968. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

17

Ariano Suassuna no início da década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

18

Ariano Suassuna durante uma das apresentações do Quinteto Armorial. Recife, década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

19

Ariano e Zélia Suassuna na Pedra do Tendó, município de Teixeira, Paraíba, década de 1970. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

20

Ariano Suassuna na Universidade Federal de Pernambuco, durante a defesa de sua tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a Cultura Brasileira. Recife, 30 de dezembro de 1976. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

21

Ariano Suassuna em Teixeira, Paraíba, 1978. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

22

Ariano Suassuna em sua residência. Recife, 1987. Foto de Chantal Regnault /Acervo da família Suassuna.

23

Ariano Suassuna prestigia lançamento de livro do seu grande amigo João Cabral de Melo Neto, na Academia Pernambucana de Letras. Recife, década de 1980. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

24

Ariano Suassuna e Barbosa Lima Sobrinho, durante a cerimônia de posse de Ariano na Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

25

Ariano Suassuna recebe, das mãos de Rachel de Queiroz, o colar de acadêmico, durante sua posse na Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

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Diante do então presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athayde, Ariano Suassuna assina o termo de posse da cadeira de n° 32. Rio de Janeiro, 9 de agosto de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

27

Ariano Suassuna e Paulo Freire. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

28

Ariano Suassuna em uma de suas aulas-espetáculo. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

29

Ariano Suassuna com Francisco Brennand e Cícero Dias. Recife, década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

30

Ariano Suassuna na sala de sua residência. Recife, final da década de 1990. Fotógrafo desconhecido/Acervo da família Suassuna.

Alfabeto Sertanejo

Ariano Suassuna

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Alfabeto Sertanejo

Ariano Suassuna concebeu o alfabeto sertanejo a partir dos desenhos dos ferros de marcar bois e o apresentou no livro-álbum Ferros do Cariri - uma heráldica sertaneja, publicado em 1974.

Marcar o gado como forma de identificar a propriedade de um animal, é ancestral e remonta aos egípcios. No Brasil, o procedimento existe desde que a pecuária aqui se instalou de forma mais estável. O instrumento usado para marcar o gado é de ferro, aplicado em brasa na pele do animal.

A característica mais marcante desse sistema é o caráter hereditário das marcas. O filho de um proprietário, ao iniciar sua própria criação, parte da marca do pai e nela acrescenta ou subtrai algum sinal que a diferencie e se identifique com ele. Sendo a marca inicial um signo relativamente simples, os sinais agregados são acrescentados nas extremidades, sempre ligados ao sinal principal. Essa gramática e nomenclatura próprias obedecem à leis não-escritas, mas muito respeitadas, dos Ferros de Gado.

Ariano Suassuna partiu dessa heráldica popular e utilizou o Alfabeto Sertanejo para

intensificar ainda mais a relação da sua obra literária com o seu universo pictórico. O ferro, marca de posse, passa à condição de marca de autoria, num ato de identificação profunda do autor com a sua obra.

Estandartes

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Estandartes

Ariano Suassuna foi um dos mais prolíficos autores de sua geração, atuando como dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta. Em uma vasta gama de livros e peças, aclamados por público e crítica, selecionamos algumas de suas obras. Elas estão aqui apresentadas sob a forma de estandartes, elaborados a partir das capas criadas para seus livros por Manuel Dantas Suassuna e Ricardo Gouveia de Melo. As datas indicam o início da escrita até sua publicação.

1955/1957 Auto da Compadecida

1957/1961 O Casamento Suspeitoso

1947/1964 Uma Mulher Vestida de Sol

1957/1964 O Santo e A Porca

1959/1971 A Pena e A Lei

1970/1971 Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta

1960/1974 Farsa da Boa Preguiça

1956/1994 A História do Amor de Fernando e Isaura

2013/2017 Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores

1950/2018 Auto de João da Cruz

1987/2018 As Conchambranças de Quaderna

1966/2020 O Sedutor do Sertão

Aulas-Espetáculo

Ariano Suassuna

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Aulas-Espetáculo

O conceito das aulas-espetáculo de Ariano Suassuna, a rigor, já estava presente desde a turnê da Orquestra Armorial, realizada na década de 1970, percorrendo Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Os concertos eram apresentados por ele, com o auxílio de diapositivos, pinturas, desenhos, gravuras e poesias, transformando-se em aulas sobre a cultura brasileira.

Entre 1995 a 1998, como Secretário de Cultura de Pernambuco, Ariano ministrou várias aulas-espetáculo, mas, foi a partir de sua segunda gestão frente à Secretaria, de 2007 a 2010, que ele criou uma estrutura própria para essa realização. Percorreu todo estado com o seu Circo: o Circo Onça Malhada, levando uma trupe de músicos, bailarinos, cantores, cantadores e violeiros para ilustrar as suas bem-humoradas e quixotescas falas em defesa da cultura brasileira.

E costumava terminar suas apresentações declamando para o público os mesmos versos com que seu personagem Dom Pantero se despede em suas cartas:

“Pois é assim: meu Circo pela Estrada

Dois Emblemas lhe servem de Estandarte

no Sertão, o Arraial do Bacamarte;

na Cidade, a Favela Consagrada.

Dentro do Circo, a Vida, Onça Malhada,

ao luzir, no Teatro, o pelo belo,

transforma-se num Sonho - Palco e Prelo.

E é ao som deste Canto, na garganta,

que a cortina do Circo se levanta,

para mostrar meu Povo e seu Castelo.”

Música e Dança Fase Experimental

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Música e Dança - Fase Experimental

No dia 18 de outubro de 1970, com um concerto da Orquestra Armorial de Câmara, e uma exposição de gravuras, pinturas e esculturas, lançava-se oficialmente o Movimento Armorial. O evento aconteceu na igreja barroca de São Pedro dos Clérigos, no bairro de São José, Recife, e foi promovido pelo Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco, e pelo Conselho Federal de Cultura.

Na visão de Ariano Suassuna, o estilo armorial na música devia recuperar as melodias barrocas do romanceiro popular, os toques de viola e da rabeca dos cantadores, e os aboios dos vaqueiros.

Acompanhada por ele, a orquestra excursionou para Rio, São Paulo e Porto Alegre, com grande sucesso. A partir de 1974, passou a ter uma atuação independente, gravando até 1994. Entre seus integrantes estiveram: Benny Wolkoff, Henrique Annes, Clovis Pereira, Cussy de Almeida, Jarbas Maciel e Capiba.

Criado em 1972, o Quinteto Armorial seguia as diretrizes de integração entre erudito e popular, tendo especial repercussão nacional e internacional. Atuou até 1980, gravando quatro LPs. Participaram do grupo: Antônio Nóbrega, Antônio José Madureira, Edison Eulálio Cabral, Egildo Vieira do Nascimento e Fernando Torres Barbosa.

O Balé Armorial do Nordeste criado em 1976, com direção de Flávia Barros, apresentou, com sucesso, o espetáculo Iniciação Armorial aos Mistérios do Boi de Afogados, a partir de roteiro de Ariano Suassuna, no Teatro Santa Isabel, Recife. Arquitetado por longo tempo, o grupo, que não teve grande continuidade, se insere na segunda fase do Armorial, conhecida como Romançal.

Sala Especial Gilvan Samico (1928 - 2013)

Gilvan Samico

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Sala Especial Gilvan Samico (1928 - 2013)

A exposição de gravuras, pinturas e esculturas, que integrou o lançamento do Movimento Armorial, no dia 18 de outubro de 1970, incluía artistas como Aluísio Braga, Fernando Lopes da Paz, Francisco Brennand, Gilvan Samico, J. Borges, Lourdes Magalhães e Miguel dos Santos.

Na abertura desse núcleo, dedicamos uma Sala Especial a Gilvan Samico, um dos mais importantes artistas brasileiros, reconhecido nacional e internacionalmente pela forma perfeita com que soube reunir erudito e popular na difícil técnica da xilogravura. A sala apresenta também pinturas do artista, faceta pouco conhecida de seu trabalho, mas de grande significado na sua produção.

Samico e Suassuna foram grandes amigos por toda a vida, e dentre os muitos textos sobre o artista, escritos por Ariano, destacamos:

“Mergulhando no universo do Romanceiro Popular Nordestino e reencontrando-se com as raízes de seu sangue, Samico regressou com seus Santos, seus Profetas, seus pássaros de fogo, seus dragões, suas serpentes, seus bois encantados e seus cavalos misteriosos, em suas gravuras que nos dão um aspecto de soberana simplicidade, de um virtuosismo técnico realmente impressionante (...) Quando ainda incluo Samico nas fi leiras do movimento Armorial eu o faço com absoluta consciência de que é o movimento que se engrandece com a sua presença e não o inverso, pois sei perfeitamente quando estou tratando de um desses casos raros de artista superior, mestre de si mesmo e discípulo de ninguém.”

Artes plásticas Fase Experimental

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Artes plásticas - Fase Experimental

Ariano Suassuna sempre manteve fortes laços com a Universidade Federal de Pernambuco, tanto como professor, quanto como diretor do Departamento de Extensão Cultural, período no qual lançou o Movimento Armorial. Em 1975, ele assumiu, pela primeira vez, o cargo de Secretário de Educação e Cultura do Recife, e, nesse período ajudou a concretizar a aquisição de obras de arte para a UFPE.

As obras ainda integram o acervo da instituição, e as aqui expostas, proporcionam ao visitante a oportunidade única de ver trabalhos selecionados pelo próprio Suassuna.

Em 1974, Ariano editou uma publicação, na qual fazia uma avaliação do Movimento Armorial, e, a partir dela, segue um resumo de sua opinião sobre alguns dos artistas:

“O trabalho de Miguel dos Santos mostra a tão expressiva visão, tragicamente fatalista, cruelmente alegre e miticamente verdadeira que o povo brasileiro tem do real. Aloísio Braga ao pintar seus quadros minúsculos, bordados, esmaltados, cheios de “joairias” que parecem encontrar o espírito das miniaturas persas, cria motivos de sonho, abrindo as portas de grandeza para o nosso Povo. Lourdes Magalhães, através de signos e insígnias, faz suas homenagens a Pernambuco e ao Povo nordestino, que dentro de sua pobreza organiza belos cortejos e espetáculos. Da escultura Armorial podemos dizer que ela se origina dos entalhes das xilogravuras dos folhetos, da tradição da escultura em madeira dos santeiros e das esculturas em pedra do barroco. Fernando Lopes da Paz faz parte de tudo isso. Ele é um homem do povo que traz em suas veias essa forte seiva do sangue nacional brasileiro.”

Figurinos - A Compadecida Francisco Brennand

Francisco Brennand

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Figurinos - A Compadecida - Francisco Brennand

Francisco Brennand e Ariano Suassuna foram amigos a vida inteira, Brennand participou das primeiras exposições do Movimento Armorial, mas sempre recusou ser rotulado. Com sua fala irônica e divertida dizia: “Eu não sou Armorial. Sou sexual!”. Brennand foi um artista plural, realizando desenhos, pinturas, cerâmicas industriais, tapeçarias e suas famosas esculturas em cerâmica, de grandes proporções. Construiu um espaço especial, a Oficina Brennand, no Recife, um lugar mágico e onírico, que proporciona ao visitante uma imersão no seu mundo, segundo Suassuna, a Ilumiara Brennand.

Em 1969, foi realizado o filme A Compadecida, com direção de George Jonas baseado na premiada peça Auto da Compadecida, de Suassuna. Um dos primeiros filmes coloridos do Brasil, o elenco incluía atores como Armando Bogus, Antônio Fagundes, Ary Toledo, Regina Duarte e Zózimo Bulbul.

Os figurinos eram de Francisco Brennand e os cenários de Lina Bo Bardi, mas, a maioria das cenas foi gravada ao ar livre, em Brejo da Madre de Deus, no interior de Pernambuco.

Brennand desenhou figurinos com cores vibrantes e elementos brasileiros, cajus, mangas e flores tropicais. Eles foram executados por costureiras e bordadeiras da pequena cidade. O figurino da Compadecida, aqui apresentado, é original do filme, os outros foram confeccionados especialmente para a exposição, seguindo os desenhos do artista e as imagens do filme.

Miguel dos Santos

Miguel dos Santos

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Miguel dos Santos

Sem título, 1984

Cerâmica

Miguel dos Santos nasceu em Caruaru, PE, mas, desde 1960, reside em João Pessoa, PB, onde possui ateliê. Participou da primeira exposição Armorial, com pinturas, e ainda continua em franca atividade, mais dedicada à cerâmica. Suas esculturas personalíssimas, voltadas para o realismo mágico, inspiram-se em animais míticos ou fantásticos, incorporando vestígios do passado e referências a deuses ancestrais.

Sua técnica de modelagem em cerâmica é de excepcional qualidade, permitindo ao artista criar peças de grandes dimensões.

Em 2009, por encomenda da Prefeitura de João Pessoa, o artista criou a escultura A Pedra do Reino, localizada no Parque Solón de Lucena, um dos mais importantes cartões postais da cidade. A obra é uma homenagem a Ariano Suassuna.

Ariano Suassuna - Pinturas

Ariano Suassuna

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Ariano Suassuna - Pinturas

Na década de 1980, foi inaugurado no Recife o Internacional Palace Hotel, um dos primeiros hotéis cinco estrelas da cidade. O projeto ficou a cargo de Acácio Gil Borsoi, arquiteto carioca, que, a partir dos anos 1960, atuou no Nordeste disseminando os princípios da arquitetura moderna e inspirando gerações de arquitetos.

Ao seu lado estava a pernambucana Janete Costa, arquiteta, designer e curadora, uma das maiores incentivadoras da arte popular brasileira. Juntos decidiram fazer do interior do hotel um local para mostrar a arte nacional, escolhendo obras de artistas como Burle Marx e Bruno Giorgi, entre outros.

Convidado a participar do projeto, Ariano Suassuna realizou pinturas inspiradas nas suas iluminogravuras. As três obras criadas pelo artista mesclam elementos dos episódios mais marcantes da série Dez sonetos com mote alheio: Acauhan, Infância e A Viagem.

Ilumiaras

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Ilumiaras

Numa materialização de seu pensamento, Ariano Suassuna criou o conceito de Ilumiara. São locais imantados dos quais emana uma energia criadora, sendo também espaços de celebração e de construção intelectual. O escritor já havia usado o neologismo “lumiara” para se referir, na década de 1970, aos “anfi teatros” formados por pedras lavradas, ou pinturas, realizados pelos primeiros habitantes do Brasil, possivelmente usados como locais para seus cultos.

Anos depois, ele passou a chamar esses espaços de “ilumiaras”, estendendo o termo para identificar conjuntos artísticos diversos, surgidos a partir da integração de vários gêneros (pintura, escultura, arquitetura etc.) e que pudessem ser compreendidos como locais de celebração da cultura brasileira.

Assim criou, enquanto Secretário da Cultura de Pernambuco, a “Ilumiara Zumbi”, em Olinda, como ponto de encontro do Maracatu Piaba de Ouro, e a “Ilumiara Pedra do Reino”, em São José do Belmonte, local onde se realizam as tradicionais festas da Cavalhada, ao lado de duas enormes pedras naturais, e de esculturas de Arnaldo Barbosa.

Ariano também considerava Ilumiaras a “Pedra do Ingá” e a fazenda “Acauã”, ambos na Paraíba, onde viveu quando criança, e “A Coroada”, casa da família no Recife, onde estão reunidas esculturas, azulejos e cerâmicas escolhidos pelo escritor. A “Ilumiara Jaúna”, em Taperoá, Paraíba, foi deixada por Suassuna como uma missão para seu filho, Manuel Dantas, e propõe uma releitura das inscrições da Pedra do Ingá.

Zélia Suassuna (1931)

Zélia Suassuna

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Zélia Suassuna (1931)

Importante artista do Movimento Armorial, sua obra é composta por pinturas, litografias, esculturas e tapetes. Não se pode negar a influência que seu marido, Ariano Suassuna, exerceu sobre sua produção, porém o inverso também é verdadeiro. Grande foi a influência de Zélia no sentido de integrar na obra de Ariano a beleza da Zona da Mata de Pernambuco.

Da xilogravura popular, a artista herdou a simplicidade dos traços, o gosto pelo equilíbrio simétrico e pelas figuras chapadas, e do ponto de vista temático, todo o seu fabulário – os santos, os anjos, a fauna e a flora, os bichos alados e míticos, ligados ao maravilhoso ou ao fantástico.

Já na década de 1970, seus desenhos ilustravam alguns livros de Ariano publicados pela editora José Olympio, entre eles a Farsa da Boa Preguiça e o volume que reúne as peças O Santo e a Porca e O Casamento Suspeitoso. Em suas tapeçarias e cerâmicas usa cores fortes e puras, imprimindo, por opção, uma beleza rústica e primitiva aos seus trabalhos.

Manuel Dantas Suassuna

Manuel Dantas Suassuna

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Título: Caderno iluminado

Artista: Manuel Dantas Suassuna

Duração: 9 min

Fotografias: Hélder Ferrer, Léo Caldas, Manuel Dantas Suassuna e Paulo Montanheiro

Edição de vídeo: Ricardo Gouveia de Melo e Paolo Montanheiro

Vídeo montado a partir de imagens de cinco livros do artista, todos em técnica mista sobre papel e realizados entre os anos de 2010 e 2021: O Livro Negro do Cotidiano, Suplemento Erótico Armorial de Moda e Lazer, O Livro do Mar, O Livro do Sertão e Caderno do Mar. Voz de Ariano Suassuna declamando sua autobiografi a poética, Vida Nova Brasileira, sobre fundo musical de Antônio Madureira.

Grupo Grial Balé

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Grupo Grial - Balé

Em 1997, Ariano Suassuna criou, com Maria Paula Costa Rêgo, o Grupo Grial, que desenvolve até hoje um trabalho de pesquisa e de criação em torno de uma linguagem gestual e coreográfica inspirada nas tradições culturais do Nordeste. Diretora, bailarina e coreógrafa, Maria Paula Costa Rêgo, é graduada em Dança pela Sorbonne, França, país no qual residiu por 11 anos, e onde, de 1991 a 1996, foi intérprete e coreógrafa do grupo Les Passagers de dança aérea.

No retorno ao Brasil reencontrou Suassuna que lhe propôs a criação de um grupo, com o intuito de abrir novas possibilidades para a Dança Armorial. O primeiro espetáculo apresentado foi A Demanda do Graal Dançado, com roteiro de Ariano, e direção de arte e cenografia de Manuel Dantas Suassuna, estreando a 19 de março de 1997, no Teatro Arraial.

Desde então, o Grial sempre se manteve ativo, e, ao longo desses anos, Maria Paula realizou 15 criações coreográficas contemporâneas, com propostas armoriais, participando de festivais de dança nacionais e internacionais. Em 2012, seu trabalho Travessia, foi indicado pelo jornal O Estado de S. Paulo como Melhor Espetáculo, e em 2013, recebeu o prêmio APCA, como Intérprete Criadora pelo espetáculo Terra.

Em festivais locais, o Grial também recebeu diversos prêmios: intérprete, coreografia, trilha, iluminação, cenário, figurino e melhor espetáculo.

Entre 2007 e 2014, Maria Paula foi também Diretora Artística e Coreógrafa do Grupo Arraial, que acompanhava Ariano Suassuna nas suas aulas-espetáculo.

Cordel - Referências

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Cordel - Referências

Ariano Suassuna considerava o Cordel, a principal referência do Movimento Armorial, pelo espírito mágico e tradicional que permeia suas histórias, formando o chamado Romanceiro Popular do Nordeste.

Em suas próprias palavras:

“O folheto da nossa Literatura de Cordel pode, realmente, servir-nos de bandeira, porque reúne três caminhos: um, para Literatura, o Cinema e o Teatro, através da poesia narrativa de seus versos; outro, para as Artes Plásticas, como a Gravura, a Pintura, a Escultura, a Talha, a Cerâmica ou a Tapeçaria, através dos entalhes feitos em casca-de-cajá para as xilogravuras que ilustram suas capas; e finalmente, um terceiro caminho para a Música, através das ‘solfas’ e ‘ponteados’ que acompanham e constituem seus ‘cantares’, o canto de seus versos ou estrofes.”

Na seleção aqui apresentada, reunimos talhas e xilogravuras dos mais importantes artistas do cordel, como Abrãao, Enéias, Expedito, J.Borges, João de Barros, José Costa Leite, Mestre Dila, Mestre Noza, Minelvino Francisco da Silva, Palito, Pedro Armando e Walfredo Gonçalves, que evidenciam o imaginário nordestino no qual se mesclam o cotidiano e o fantástico, animais comuns e monstros, cenas engraçadas e trágicas, fé e delírio.

O conjunto é completado por folhetos de cordel dedicados a Ariano Suassuna, assim como a tradicional apresentação em varais, que rendeu a esse tipo de literatura popular o nome de Cordel. Finalizando, propomos uma imersão no universo cordelista, a partir de uma cidade desenhada por Pablo Borges, um dos filhos do famoso J.Borges, ainda em atividade aos 86 anos.

José Francisco Borges (1935)

José Francisco Borges

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José Francisco Borges (1935)

Artista popular, cordelista, xilogravador e poeta, J. Borges, sempre foi um dos artistas preferidos de Ariano Suassuna. Aos 86 anos, continua em plena atividade, na sua oficina em Bezerros. Autodidata, desenha suas imagens direto na madeira, talhando o fundo da matriz ao redor da figura, que a seguir é entintada e impressa no papel.

Dono de uma técnica própria de colorir as imagens, o artista mostra em seus trabalhos o cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, sempre ligados ao povo nordestino.

Em sua cidade natal, Bezerros, PE, foi inaugurado o Memorial J. Borges, com exposição de parte de sua obra e objetos pessoais. É considerado um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco.

Referências - Folguedos

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Referências - Folguedos

Maracatu, Reisado e Cavalo-marinho.

Outra das referências do Movimento Armorial são as festas populares e suas suntuosas fantasias, estandartes e bandeiras. Pernambuco reúne alguns dos mais interessantes folguedos e danças populares do país.

Esses costumes e divertimentos do povo, que proporcionam imagens de beleza e riqueza extraordinárias, são preservados pelas próprias comunidades graças à sua capacidade de resistência, exercida à custa de economias e sacrifícios quase milagrosos.

Neste núcleo estão reunidas três das mais importantes referências para o movimento Armorial: o Reisado, o Maracatu e o Cavalo-Marinho, apresentados através de seus figurinos e estandartes, além de vídeos e fotos.

O Reisado é uma dança de origem ibérica, em comemoração ao nascimento do menino Jesus e em homenagem aos Reis Magos. As excepcionais fotos de Maureen Bisilliat ilustram a riqueza dos delirantes chapéus usados nessa ocasião e seu contraste com a rudeza das pessoas que os vestem.

Existem dois tipos de Maracatu, o de baque virado, de origem africana, que representa a coroação dos escravos; e o de baque solto, também chamado de Maracatu Rural. Nesse se destaca a figura do Caboclo de Lança, e seu rico e complexo figurino, composto por ruidosos chocalhos, flutuante cabeleira, vistosa “gola” ricamente bordada e pontiaguda lança, adereçada com fitas.

Variante do Bumba-meu-boi, o Cavalo-Marinho é um misto de teatro, música e dança e tem como uma de suas características o uso de máscaras, divididas em três categorias: animais, humanos e fantásticos.

Visita Guiada

Visita Guiada com Acessibilidade

Ficha técnica da exposição

Exposição

Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP) - Campina Grande

De 18 de maio a 20 de agosto de 2023

De terça a sexta, das 10h às 20h

Sábados e domingos, das 14h às 20h

Eventos Paralelos

Teatro Municipal Severino Cabral – Campina Grande (PB)

Encontros Petrobras de Música

De 26 a 30 de julho

A partir das 19h

Diálogos Petrobras de Arte Armorial

De 9 a 13 de agosto

A partir das 19h

Entrada gratuita

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Realização | Realization

Ministério da Cultura

Patrocínio | Sponsorship

Petrobras

Idealização e Produção | Original Idea and Production

R.Godoy Marketing e Cultura

Coordenação Geral | General Coordination

Regina Rosa de Godoy

Curadoria da Exposição | Exhibition Curatorship

Denise Mattar

Consultoria | Consultancy

Manuel Dantas Suassuna

Carlos Newton Júnior

Curadoria Encontros artísticos | Artistic Encounters Curatorship

Carlos Newton Júnior

Produção Executiva | Executive Production

Marcela Sá | Inspiração Produções Culturais

Produção | Production

Celso Rabetti

Identidade Visual | Visual Identity

Manuel Dantas Suassuna

Ricardo Gouveia

Design Gráfico | Graphic Design

Ana Lucas Kaminari

Assessoria de Imprensa | Press Office

Capibaribe Conteúdo | Catarina Lucrécia Araújo, Daniela Nader e Marcio Markman

Redes sociais | Social Media

Nina Fragale

Coordenação financeira | Financial Coordination

Celeste Bartoletti

João Noronha

Assessoria Jurídica | Legal Advice

Marília Rosado Maia

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Exposição:

Curadoria | Curatorship

Denise Mattar

Consultoria | Consultancy

Manuel Dantas Suassuna

Carlos Newton Júnior

Design Cenográfico | Scenography design

Guilherme Isnard

Assistente de curadoria | Curatorial Assistant

Felipe Barros de Brito

Identidade Visual | Visual Identity

Manuel Dantas Suassuna

Ricardo Gouveia

Consultoria de Climatização | HVAC Consultancy

Eng. Bruno Fedeli

HUNA

Museologia | Museology

Mariane Tomi Sato

Perside Omena

Courrier | Courrier

Marinez Mariano Monteiro

Mariza Teixeira da Silva

Rebeca Mattos

Produção Local | Local Production

Gabi Izidoro | Mollusca Produções

Montagem Fina |White Glove Install

C2 Montagem

GF Montagens

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Confecção de obra cenográfica | Scenographic artwork construction

Onça Caetana: Agnaldo Pinho, Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim

Cidade do Cordel: Pablo Borges

Cenotécnica | Cenotechnic

RGI Design

Otimiza Comunicação Visual

Figurinos | Scenic costumes

A Compadecida: Flávia Rossette e equipe

Reisado, Maracatu e Cavalo Marinho: Maciel Salu | Casa da Rabeca

Balé Grial: Maria Paula Costa Rêgo

Produtor de cenário | Scenery producer

Alan Cruz

Fotografias | Photography

Alexandre Nóbrega

Claudio JJ

Daniela Nader

Geyson Magno

Leo Caldas

Manuel Dantas Villar

Maureen Bisilliat – Coleção Instituto Moreira Salles (IMS)

Rafael Medeiros

Textos | Texts

Denise Mattar

Consultoria de textos e revisão histórica | Text and Historical Review Consultancy

Carlos Newton Júnior

Coordenação educativa | Pedagogic coordination

Arteducação Produções

Tradução | Translation

Monica Mills

Felipe Barros de Brito

Revisão | Proofreading

Jhony Arai

Pesquisa e licenciamento | Research and Licensing

Mariana Kapps

Projeto Luminotécnico | Lighting Design

Guinard

Audiovisual | Audiovisual

EVJ Produções

Audioguia e Acessibilidade | Audioguide and Accessibility

Musea

Transporte | Shipping

Millenium Fine Arts Serviços e Transportes

Seguro | Insurance

Affinitè Consultoria

Agradecimentos | Acknowledgments

Adriana Victor, Andrea Carla Marinho, Andy Lopes, Antônio Madureira e Cecília Didier, Antonio Campos, Antonio Nóbrega, Aurelio Molina, Beth da Matta, Brenda Valansi, Carmen Sheilla, Carlos Newton Júnior, Carlos Sant’Anna, Cassia Rabetti, Clodoaldo Pereira de Lucena Filho, Cristiane Mabel, Daniel Maranhão, Daniel Thiago Freire da Silva, Diogo Cantareli, Domingos de Lello, Edna Onodera, Edna e equipe Memorial J. Borges, Edna Onodera, Eduardo Sarmento, Eduardo Suassuna, Elizabeth Araruna, Família Suassuna, Flavia Bastos, Galeria Base, Galeria Marco Zero, Geralda Farias, Globo Filmes, Governo do Estado de Pernambuco (Aulas espetáculos), Helio Pajeu, Instituto Ebrasil, Instituto Moreira Salles, Izabel Rosa de Jesus, J. Borges, Joana D’Arc, Juan Balbino, Leda Lopes De Maria, Lucas Oliveira, Lurdinha Vasconcelos, Mabel Medeiros, Maciel Salustiano, Magda Guedes Guimarães, Manoel Dantas Suassuna, Manuel Augustinho, Marcelo Monteiro Campos, Marcelo Monteiro Santos, Marcelle Farias, Maria Paula Costa Rego, Mariana Brennand, Marcelo Canuto, Marta Barroso Ferreira, Mauricio Redig de Campos, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Neném Brennand, Oficina Brennand, Oussama Naouar, Patricia Alves de Souza, Raimundo Nonato, Raphaela Feitosa, Renato de Mendonça Canuto Neto, Ricardo H.B.B.W. Neves, Robson Ruy Cenografia, Romildo Aprijo Lopes, Rosa Jonas, Socorro Moraes, Tassio Soares, Tiago Cavalcante, Thereza Freitas, Universidade Estadual da Paraíba, Universidade Federal de Pernambuco - Museu Benfica, Vera Nunes, Zélia Suassuna.

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FICHA TÉCNICA DO MAPP-UEPB

Célia Regina Diniz – Reitora

Ivonildes da Silva Fonseca – Vice Reitora

José Cristovão de Andrade – Pró-reitor de Cultura

José Pereira da Silva – Pró-reitor Adjunto de Cultura

Direção do MAPP – José Pereira da Silva

Secretária – Maria da Guia de Matos

Manutenção – Laert Pinheiro Ferreira

Recepção

Filipe Augusto Jeronimo Chaves

Gustavo Lima Gomes da Silva

Gilberto de Sales Gomes

Washington Miguel de Moraes

Curadores do MAPP

Joseilda de Souza Diniz

Alfrânio Gomes de Brito

Apoio (serviços gerais)

Ednalva Clementino da Silva

Marco Antônio Alves dos Santos

José Claudio Oliveira de Souza

Hugo Tabosa Freire

Agente de Segurança

José Ailton de Freitas Rodrigues

Josinaldo André Palhano

José Itamar Sales da Silva

Francisco Xavier

Vigilantes

Cleiton do Nascimento Bonfim

Abel Antônio Pereira

Leonardo Soares Galdino

Orlando de Souza Amaro


Denise Mattar
Curadores

Patrocinadores
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